Extraída da crônica "Livros, leitores e antileitores" de Roberto da Matta,
em O Globo de 09 de novembro de 2011
Meu colega e amigo, o cientista político Eduardo Raposo, ouviu de seu primo Lobinho a seguinte história: um sujeito chega numa biblioteca e pede um livro de botânica. O funcionário prontamente lhe apresenta, com um sorriso alvar, "Raízes do Brasil".
Na tal biblioteca, encontram-se nas estantes:
"O idiota", em psicologia
"A interpretação dos sonhos", na de esoterismo
"Sobrados e mocambos", catalogado como engenharia
"A montanha mágica", astrologia
"Memórias póstumas de Brás Cubas", kardecismo
"Lolita", na lista de livros para moças
"A guerra das salamandras", em história militar
"Cem anos de solidão", prateleira de geriatria
"O cru e o cozido", culinária
"Hamlet", receitas inglesas
"Madame Bovary", pornografia
"Os Maias", etnologia centro-americana
"A neves de Kilimanjaro", setor de clima e ecologia
"As viagens de Gulliver", turismo
"O poder e a glória", política
"Carnavais, malandros e herois", listado tanto nas obras devotadas às escolas de samba quanto na prateleira de fraudes e contravenções
Fonte: Vida e Estilo |
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