De acordo com Heidegger (cf. “Carta sobre o humanismo”), a escrita é uma imposição salutar do pensamento e um caminho para reencontrar o silêncio e escapar da opinião e da conjectura. Mesmo sob o risco do pensamento perder sua mobilidade, simplicidade e multiplicidade, a escritura assinala o que há para pensar.
A folha em branco impõe a ato de estar diante de e o reconhecimento do vazio. O esvaziamento expressa o pleno. A escrita é um modo de estar presente, não pelo cumprimento de um dever, mas pelo atendimento a um convite feito a todos e a ninguém.
A existência assim se constitui como a narração de um ser aberto aos acontecimentos do mundo, em aprendizagem contínua. Conjugando a letra, a lei e o espírito, buscando um pensamento outro, provendo-se de experiência, o escritor ultrapassa discursos e, mesmo anônimo, se afirma como ser histórico, que instaura realidades. Escreve-se a partir da possibilidade de colocar mãos à obra e de habitar poeticamente o humano. Diante do tédio, é um luxo abrir mão da escrita que nos concede o pode ser, o estar ligado e a concomitância do pensar-sentir-dizer.
A existência assim se constitui como a narração de um ser aberto aos acontecimentos do mundo, em aprendizagem contínua. Conjugando a letra, a lei e o espírito, buscando um pensamento outro, provendo-se de experiência, o escritor ultrapassa discursos e, mesmo anônimo, se afirma como ser histórico, que instaura realidades. Escreve-se a partir da possibilidade de colocar mãos à obra e de habitar poeticamente o humano. Diante do tédio, é um luxo abrir mão da escrita que nos concede o pode ser, o estar ligado e a concomitância do pensar-sentir-dizer.
Autorretrato de Thibault Balahy |
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