* Não são bons nomes...Quadro de ideias proposto por Lewis Herman, recomendado por Doc Comparato em Roteiro - arte e técnica de escrever para cinema televisão
IDEIA Selecionada* Surge da memória ou vivência pessoal; sonho acordado ou devaneio; vem do universo pessoal, surge “de dentro”, dos pensamentos, do passado recente ou remoto Verbalizada Surge a partir do que alguém nos conta (um caso, comentário, pedaço de estória); nasce do que ouvimos Lida Surge “de graça”, durante a leitura de um texto qualquer (jornal, revista, livro, panfleto...) Transformada (“Twist”) – Autor amador copia; o profissional rouba... e transforma. Nasce de uma ficção, de um filme, de um livro, de uma peça de teatro Solicitada Sob encomenda; circunstancial Pesquisada* Nasce de uma pesquisa; uma sondagem; uma intenção; corresponde a uma lacuna temática, de natureza dramática ou mercadológica
- Guimarães Rosa é um bom exemplo de autor que tira a maioria das suas ideias do que ouve.
- Shakespeare escreveu Hamlet depois de ver uma peça da qual roubou a ideia.
- Há autores que se especializam num filão, como a adolescência, por exemplo; eles têm ideias pesquisadas.
***
Ainda segundo Doc Comparato:
a
“story line” resume a trama de uma estória em 5
linhas, no máximo. Apresenta o conflito, seu
desenvolvimento e solução. Ou: Algum acontecimento e, a
partir dele, uma necessidade e uma realização.
NÃO se
resume a uma declaração, nem a uma questão ou a uma mensagem moral.
Um exemplo:
Graham Greene conta uma ideia: “Fui a um enterro de um amigo.
Três dias depois, ele estava andando pelas ruas de Nova
York.”
O que resultou na seguinte "story line”:
Jack vai ao enterro de
seu amigo em Viena. Inconformado com a perda, indaga e
acaba descobrindo que o amigo não morreu. Ele está vivo
e falseara o seu enterro por estar sendo procurado pela
polícia. Exposto pela curiosidade de Jack, o amigo acaba
morrendo baleado pela polícia. (E a partir daí, foi realizado o filme O
terceiro homem.)
Outro exemplo, vindo de seus alunos:
Ideia: "Uma mulher enlouquece e passa
a puxar o ferro de passar roupa como se fosse um
cachorrinho".
“Story line”: Num país ocupado por
invasores nazistas, uma mulher que carrega um ferro
consigo e faz mil estripulias é apontada como a louca
folclórica da cidade. Na verdade, ela é elemento de
ligação entre diferentes focos da resistência armada, e
leva, dentro do ferro, mensagens fundamentais para a
organização do movimento. A polícia nunca pensa em
revistá-la. Após a vitória final da guerrilha, a louca
do ferro vira heroína nacional.
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