Nelson de Oliveira (extraído de "A oficina do escritor - sobre ler, escrever e publicar")
Por isso eu recomendo que você:1. Organize um grupo de estudos.
2. Organize saraus.
3. Crie um site literário.
4. Publique uma revista.
5. Edite você mesmo o seu livro.
6. Funde uma microeditora.
7. Contrate um agente literário.
8. Participe da vida social literária.
9. Participe de todos os concursos literários.
10. Conquiste a simpatia de um escritor veterano.
Toda essa movimentação exporá você e sua literatura a um número cada vez maior de leitores. Devagar, passo a passo, você irá conquistar o seu próprio público, pequeno mas fiel.
E os olheiros das editoras estão sempre atentos aos autores que já têm seu pequeno público.
Deixe a modéstia e o pudor cristão de lado.
Não há vergonha alguma, por exemplo, na auto-edição. Alguns dos grandes nomes da prosa e da poesia brasileiras - Bandeira, Clarice, João Cabral, os poetas concretos, entre outros - pagaram a edição dos seus primeiros livros. Muitos deles, graças ao talento e à sorte, em pouco tempo passaram da auto-edição para uma grande editora.
O fundamental é que o livro auto-editado tenha a mesma qualidade gráfica e editorial que os livros das editoras consagradas. A tiragem pode ser pequena: cem, duzentos ou trezentos exemplares. O fundamental é que o livro auto-editado tenha uma boa preparação de texto, uma boa revisão, um bom papel, uma boa capa, um design eficiente, uma boa impressão e um bom acabamento.
Com a informatização do setor gráfico e o consequente barateamento do processo de impressão e acabamento, uma quantidade considerável de pequenas editoras foi surgindo a partir da virada do século. Algumas delas fundada por escritores em busca de um canal para a sua produção e a de seus colegas.
A contratação de um agente não costuma ser barata. Mas não resta dúvida de que o agenciamento literário, procedimento largamente adotado nos países de sólido mercado editorial, está se tornando comum também no Brasil. Entre outras benfeitorias, esse profissional tem ajudado a organizar o desordenado vaivém de originais e diletantes frustrados.
Sim, continue enviando e-amils aos autores que você admira. Convide-os ao diálogo, troque figurinhas com eles.
Mas, veja bem, eu disse aos autores que você admira.
É preciso que haja uma afinidade literária entre vocês. Afinidade temática, estilística, existencial.
Não faz o menor sentido ficar pedindo ajuda aos escritores que você mal conhece, cujos livros nunca despertaram em você o menor interesse.
Além de ser um procedimento pouco ético, isso não funciona, é perda de tempo.
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